mil novecentos e sessenta e um – dia 133

1961133 MAIO 13

Afinal, já com algum atraso, veio na Voz Portalegrense a notícia, quase sem comentários, do tal concurso do trabalho onde foi premiado um aluno de Portalegre. Vale mais tarde do que nunca.

Hoje, sábado, dá para aqui destacar o artigo Por Angola na primeira página da última Rabeca. A gente acostumou-se à ideia de que este jornal é de republicanos, sempre em oposição ao Governo. Às vezes, não parece ser assim, como é o caso. Sobre Angola, o artigo da Rabeca é mais duro do que muitos que tenho lido em jornais ditos da situação. Por isso, cortei o artigo e colo-o aqui.

10 MAIO RABECA

A propósito, o Grémio do Comércio abriu uma subscrição pública a favor das vítimas do terrorismo em Angola, a exemplo do que tem acontecido um pouco de Norte a Sul do país.

Amanhã, vou acompanhar uma visita que o Turismo oferece à imprensa local. Vai ser um Domingo interessante, sem dúvida, mas calha-me mal por causa de ter de estudar para os exames cada vez mais próximos.

O presidente da República assistiu em Fátima à grande peregrinação nacional de 13 de Maio, presidida por um cardeal italiano.

Diz o Diário de Lisboa que terminou em Angola a época das chuvas e que as estradas vão agora permitir uma mais fácil deslocação das colunas militares que se dirigem para as regiões onde a sua presença se impõe. Houve entretanto novos ataques a Mucaba

Na Argélia, o clima político e social ainda está muito agitado, a crer nas notícias que de lá chegam.

O suplemento Magazine do Diário de Lisboa de hoje traz dois temas em grande destaque. Um destes é sobre as triunfantes proezas de Gagarine e de Shepard que abriram novos horizontes à ambição do homem. O outro intitula-se O mundo fascinante de Tintin.
Este artigo não está assinado mas deve ser de algum autor português porque conhece a estreia nacional do Tintin nas páginas do jornal infantil Papagaio pela mão de Adolfo Simões Müller, amigo de Hergé. Fez-me lembrar a minha descoberta do Tintin, precisamente nas páginas do velho Papagaio, que eu encontrei há uns vinte anos, no sótão da casa da família Maldonado, nos altos do Café Luso ao Rossio, quando a minha mãe ia visitar a sua amiga D. Judite.
O artigo depois fala em vinte e cinco álbuns mas a conta deve estar mal feita porque tenho a certeza de que não tantos, pois tenho todos os publicados até agora, no original em francês, e são apenas dezanove, desde Tintin no Congo até Tintin no Tibete, que saiu o ano passado. Se calhar foram contadas as histórias do Jo, Zette e Jocko, mas isso não é Tintin!
Diz o artigo, a terminar, que vai haver um filme do Tintin com actores de carne e osso, sem serem desenhos animados. Deve ser giro.

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