Régio e o distante irmão

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Dei aqui conta, atempadamente, do lançamento do livro José Régio – Correspondência com seu irmão Antonino. Assim aconteceu pelo final da tarde do passado dia 20, na Galeria Comercial Tivoli Fórum, em Lisboa. Iniciativa de Chiado, Clube Literário & Bar, a cerimónia caracterizou-se por uma condigna sobriedade.

Ali estive entre a assistência, mais o Florindo e a Beatriz. Num agradável espaço, realizou-se a cerimónia da apresentação pública da obra, a cargo do escritor Miguel Real.

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Prestou-se este, como previamente declarou, a falar de José Régio, que admira. Considerou-o como um dos solitários da sua geração, juntando-lhe Pessoa e Pascoaes. Num discurso descontraído e agradável evocou alguns momentos de José Régio, factos considerados essenciais para um melhor entendimento do homem e da obra. Deixou ao autor a relação directa com o livro ali revelado.

Filipe Delfim Santos, confessando-se um apaixonado pela epistolografia, deu conta do agrado e mesmo da paixão com que tinha enfrentado aquele desafio. Falou de Régio e sobretudo de Antonino, o irmão que buscou no Brasil o espaço e a oportunidade que aqui lhe faltavam. Espaço e oportunidade que, afinal, talvez nunca tenha plenamente atingido ou realizado, apesar de todas as promissoras qualidades que chegou a revelar.

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A sessão terminou com a declamação de alguns poemas de José Régio, escritos e publicados na sua juventude em jornais vilacondenses, nos tempos em que ali conviviam alguns dos irmãos Reis Pereira, José, Júlio e Antonino.

Ainda não li o livro e, quando o fizer, da minha impressão darei conta. No entanto, foi muito agradável o momento do seu lançamento a que estiveram presentes algumas individualidades ligadas a Vila do Conde, nomeadamente uma sobrinha de Régio e de Antonino, Maria Manuela Neves Pereira, filha de Apolinário.

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O livro, enquanto objecto, revela-se agradável, com uma boa apresentação gráfica, excelente organização interna, impressão cuidada e apetece… 

 António Martinó de Azevedo Coutinho

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