Carlos Garcia de Castro (1934-2016)

O Carlos Garcia de Castro, ligeiros dias mais velho, foi meu companheiro decarlos-castro carteira nos tempos da velha escola da Sé, hoje Museu Municipal, onde tivemos como mestre o saudoso professor Jaime Belém. Continuámos juntos pelo Liceu fora, até ao 5.º ano, tendo ele partido depois para a Universidade onde cumpriu a sua vocação nas Histórico-Filosóficas. Ele era de facto um filósofo, na exacta medida em que o seu discurso era elaborado, ao contrário dos límpidos versos onde condensava uma visão poética das melhores que Portalegre conheceu. Ele foi, disso estou convencido, o vate que com maior sentimento e mais autenticidade cantou a nossa cidade. Nunca antes dele nem depois Portalegre foi tão fielmente retratada nas suas gentes, nas suas ruas, pedras e sítios, nos seus usos e costumes.

Reencontrámo-nos na Escola do Magistério que ele dirigiu durante alguns anos e também nas coisas da escrita, sobretudo nas páginas do jornal Fonte Nova. Lembro daqui, entre outros trabalhos conjuntos, uma inesquecível entrevista feita ao padre Anacleto Martins, um Homem que nos marcou.

Um grave incidente pessoal, que ele protagonizou e que eu nunca compreendi nem aceitei, afastou-nos sem remédio.

Vão ficar dele os notáveis livros de poesia e memórias que deixou, enriquecendo-nos, documentos e testemunhos de vida numa cidade onde nasceu, sofreu, criou e morreu.

Vou relê-los, a todos, e também ouvir com emoção e saudade os Cova da Moura e o Quarteto do Sol.

Foram sinos de São Lourenço, levando da cidade branca um homem que morreu poeta…

1 thoughts on “Carlos Garcia de Castro (1934-2016)

  1. Lembro-me perfeitamente do Carlos Garcia de Castro na turma da 4ª classe do professor Jaime Belém de que eu também fazia parte.
    Cerca de uns 20 anos mais tarde encontramo-nos e falamos várias vezes porque residíamos próximo um do outro em Portalegre.
    Depois eu fiz a minha vida noutra paragens e poucas vezes mais o vi.
    Era uma pessoa que eu estimava muito.
    Joaquim chagas

Deixe um comentário