A BD vista por Carlos Gonçalves – sessenta e um

OS 65 ANOS DA REVISTA  “CAVALEIRO ANDANTE” – II

 NOVAS PERSONAGENS APARECEM NA REVISTA
DE ORIGEM NORTE-AMERICANA

“Lucky Luke” será uma das novas personagens de grande sucesso futuro a aparecer na revista, mas outras três não lhe ficarão atrás, mas estas de origem norte-americana: será o caso de “Lance” de Warren Tufts, “Buzz Sawyer” de Roy Crane e “Os Sobrinhos do Capitão” de Dirks. A direcção da publicação por parte de Adolfo Simões Muller, experiente orientador de revistas e livros para a juventude, sempre tentou oferecer aos leitores o que de melhor poderia existir no campo da 9.ª Arte e assim seria durante toda a sua vida. Esta revista é uma testemunha do seu esforço nesse sentido, pois além de ter nela apresentado novas personagens, também as escolheria como importantes para a formação dos leitores mais jovens.

Entretanto Eduardo Teixeira Coelho aparece com a sua “Harpa de Oiro”, quando já se encontrava no estrangeiro a trabalhar. “Surcouf” de Victor Hubinon é apresentado, seguido de “Robin dos Bosques” de outro Vítor, este português e de apelido Péon. Também este se encontrava a trabalhar no estrangeiro. Uma alteração de formato, o contrário do normal, que seria a sua redução, mas neste caso as suas dimensões aumentam a partir do nº. 327, e assim se manterão até ao seu desaparecimento. Com o novo formato e a partir de 1960, mais personagens surgem: “Astérix” de Uderzo e “Michel Vaillant” de Jean Graton. Um espanhol já conhecido internacionalmente e no nosso país também, aparece nas páginas desta revista chamado Emílio Freixas.  Muitas das suas histórias já tinham sido publicadas em outras revistas portuguesas, em “O Mosquito” e no “Diabrete”. O artista português Zé Pires será o último a colaborar na publicação. O “Cavaleiro Andante” duraria onze anos plenos de dinamismo, entretenimento e cultura, pois muitas das aventuras que passaram pelos nossos olhos deixariam igualmente alguns ensinamentos e cultura.

AS SEPARATAS, CONSTRUÇÕES DE ARMAR E CONCURSOS

Uma das grandes apostas desta publicação, como já o seria noutras, foi o de oferecer aos leitores, desde o seu primeiro número, Separatas e Construções de Armar. Em paralelo não faltaram os concursos com aliciantes prémios. As próprias revistas, através de um número que era colocado na última página de cada exemplar, ofereciam a possibilidade de se habilitarem a um rádio.

Outros concursos ofereciam um automóvel, por exemplo. Mas haverá outros, “Os Selos Misteriosos”, “12 Ases do Desporto” (caricaturas da autoria de F. Neves),  a “História da Carochinha e do João Ratão” desenhada por Artur Correia, ”Trajos Regionais” desenhados por Artur Correia também, “Monumentos de Todo o Mundo” desenhados por Fernando Bento e “Cidades de Portugal” também da autoria deste último desenhador. Nos inícios dos anos 60 a “Colecção Alvo” lança um concurso em fotos. Mas a qualidade de todas as construções era indiscutível. Indicamos a seguir uma listagem de todo esse manancial de divertimentos para a juventude.

                                                                                                            Carlos Gonçalves

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